Filme-carta: encontro do cinema com a literatura

Conhecido e usual meio de comunicação tempos atrás, a Carta, foi perdendo seu lugar para outros de tecnologia mais rápida e instantânea. Mesmo assim, para os que fizeram uso, ainda guarda com saudade a emoção da chegada das missivas em suas residências. A Arte cinematográfica muito se valeu do recurso narrativo de intimidade contida nas cartas para refletir sentimentos universais, como a saudade, a partida e os deslocamentos. Aqui no Brasil a carta já foi tema no Filme Central do Brasil. Um filme franco-brasileiro de 1998 dirigido por Walter Salles, escrito por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, e estrelado por Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira. Ambientado no Brasil, o enredo gira em torno de Dora, uma professora aposentada que trabalha como escritora de cartas para pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil, a qual ajuda Josué, um garoto cuja mãe morreu atropelada por um ônibus, a encontrar seu pai no Nordeste. Carta e filme são narrativas diferentes de abordagens de ideias e emoções, mas as produções mostram que não são antagônicas em seu formato. A ideia do filme-carta surgiu entre cineastas que utilizaram o vídeo para se corresponder. O primeiro de que se tem notícia é Lettre de Sibérie, de Chris Marker, produzido na década de 50. Essas experiências narrativas de carta-filme também fez despertar algumas pessoas da área educacional para riqueza pedagógica desses dois formatos literários de incentivo à leitura, à escrita e ao gosto pelas artes. Muitas produções de filme-carta estão sendo divulgadas através de trabalhos final de curso em instituições de ensino. Foi o caso de estudantes de nutrição da Universidade Veiga de Almeida em estágio na Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) na área de Saúde do Trabalhador. Produziram filme carta para sensibilizar as empresas e consumidores sobre a importância de um boa alimentação. A cineasta Rafaela Rique gostou da ideia e fez um filme-carta intitulado Sabor de Infância, escrito para avó, recordando as memórias de infância ligadas à comida e aos lugares que frequentavam juntas. Assim, por entendermos a importância e alcance educacional dessa encontro literário, filme e carta, estamos apresentando a proposta do Curso Filme-Carta para ser ministrado no NTE Natal, contemplando, nessa experiência de produção, a emoção por meio narrativo de voz, de imagem e de som. Nesse exercício de escrita, naturalmente se recomenda a narrativa com data inicial, localização e em primeira pessoa. Após registro escrito da carta partiremos para a produção em mídia. As lembranças e emoções inicialmente em forma escrita vão ser nossa fonte inspiradora para iniciarmos o nosso trabalhar. Ah! Só lembrando que, por se tratar de um curso de curta duração, propomos uma produção que não ultrapasse 3 minutos de gravação. Assista os Filmes Cartas abaixo e inspire-se para começar o seu!